“Tanto mar, tanto mar”, destaca Chico Buarque em sua famosa canção-homenagem a Portugal composta de 1978, que a lembrança seguinte que nos vem à mente e ao coração quando falamos de nosso país-irmão é a do Tejo, o rio que corta boa parte das terras lusitanas para desaguar no Atlântico. É dele a primeira visão que temos a partir da janelinha do avião da TAP, poucos minutos antes de aterrissarmos no aeroporto de Lisboa. E é ele, o Tejo, que dá nome a uma das regiões vinícolas mais promissoras em Portugal, cuja uva símbolo é a branca Fernão Pires.
Localizada a menos de uma hora de viagem de carro a partir da capital, a região vitivinícola do Tejo está dividida em seis sub-regiões, cujos nomes referem-se às de cidades locais, que cada vez mais se beneficiam da enologia para valorizar o turismo.
Tomar, por exemplo, é uma das sub-regiões produtoras e também a sede de um dos castelos mais antigos do país. A cidade, aliás, tem sua origem ligada a essa construção, que foi doada por Dom Afonso Henriques aos Templários, em 1159. Santarém, por sua vez, oferece passeios e atrações a todo perfil de turista: são centenas de restaurantes, dezenas de igrejas, azulejaria e a proximidade com o mar. E o vilarejo de Golegã, diatante 130 quilômetros de Lisboa, é reconhecido como a terra de origem do cavalo lusitano, e durante dez dias do mês de novembro recebe a Feira de São Martinho, com programação dedicada a essa raça, com a presença de produtoes do mundo todo.
Ao falarmos de vinhos, vale destacar quatro vinícolas que vêm despontando não só em virtude da qualidade de seus vinhos mas também ela oferta de uma rica experiência enoturística. Confira:
Localizada em Rio Maior, a Quinta da Badula iniciou suas atividades com singelos quatro hectares de terra. Atualmente são 25 hectares de vinhas plantadas, que geram vinhos para os quais requer-se tempo para produzir e apreciar.
Quinta de Alorna
Considerado um dos “châteaux” portugueses, a Quinta da Alorna proporciona piqueniques nas vinhas, passeios pelos diferentes terroirs e culturas da propriedade. Está localizada na planície ribatejana, numa imensidão de 2.800 hectares, dos quais somente 160 deles são de produção de vinho. A principal área de 1900 hectares é ocupada por uma floresta, incluindo uma mancha de sobro, de onde é retirada cortiça. Em outros 500 hectares são produzidos milho, batata, amendoim, ervilhas, batata-doce, cenoura... No caso concreto do vinho, afirmou-se como das mais sólidas marcas não apenas da região do Tejo mas de todo o país.
Ode Winery
Trata-se de projeto que nasceu de uma antiga adega de 1902, em Vila Chã de Ourique. “Ode” é um tributo poético ao que é belo e um respeito pela natureza: Mínima intervenção, Máxima atenção é o lema desta casa. Com este lema presente, o primeiro passo foi a conversão dos 22 hectares de vinha já existentes para produção biológica. Aos poucos foi-se também introduzindo princípios da agricultura sintrópica e regenerativa, assim como animais, no processo – ovelhas, por exemplo – para aumentar a biodiversidade na quinta. Paralelamente à vinícola, foi desenvolvido o conceito de ODE Farm & Living, que inclui o restaurante e outras atividades turísticas associadas à natureza e agricultura biológica. Uma visita começa na adega construída no início do séc. XX e pode ser complementada com prova de vinhos diretamente das cubas e barricas.
Quinta da Lapa
Com uma história que começa nos primeiros anos do século XVIII, a Quinta da Lapa tem uma centena de hectares de propriedade, dos quais 72 são dedicados à produção de vinhos. Sua proposta hoteleira pretende seduzir o visitante por essa riqueza histórica e também por oferecer tranquilidade e sensação de retiro.
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