Não tá fácil pra ninguém

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Redação

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Um estudo preparado pela IWSR Drinks Market Analysis traça um panorama sombrio para o mundo das bebidas. Segundo a análise, a queda nas vendas no setor chegará a dois dígitos.

 

Mark Meek, executivo-chefe da IWSR, disse que o fechamento de bares e restaurantes terá um efeito duradouro na indústria do álcool pior do que "qualquer coisa que já experimentamos antes". O aumento das vendas online, embora tenham servido de alívio para alguns produtores, de acordo com o estudo não serão suficientes para recuperar o setor.

 

“A pandemia global é a pior crise que o setor enfrentou na memória viva. As vendas de cerveja e vinho espumante levarão quatro anos para voltar ao normal, enquanto algumas categorias podem nunca se recuperar. Mesmo a crise de 2008 foi menos grave do que a que estamos vendo agora”, garantiu Meek.

 

 

Vinho:

 

O setor vitivinícola está com problemas há algum tempo. O consumo de vinho nos EUA caiu 0,9% no ano passado, pela primeira vez desde 1994.

 

O vinho é responsável por cerca de 11% de todas as bebidas alcoólicas vendidas nos EUA, bem atrás da fatia de cerveja, que representa a maioria do álcool vendido no país.

 

A exceção na categoria é o vinho espumante. Ano passado, nos EUA cresceu 1,4% em volume e 3,6% em valor, e espera-se que se recupere mais forte do que o vinho tranquilo até 2024.

 

 

Destilados:

 

No Reino Unido, as vendas de gin aumentaram na última década, o que levou centenas de novas marcas a competir por uma fatia do mercado.

 

Mas, de acordo com o estudo, a atual crise pode ter acabado com a mania.

 

Entre as categorias de bebidas espirituosas tradicionais, o gin foi o que mais cresceu no ano passado, com um aumento de 6,1% em relação a 2018. Os consumidores já estavam começando a mostrar sinais de "fadiga do gin", "especialmente em alguns mercados europeus", disse o estudo. No ano anterior, as vendas de gin cresceram perto de 10%.

 

 

Cerveja:

 

Os fabricantes de cerveja podem estar entre os primeiros produtores a atingir algum nível de normalidade em suas vendas.

 

Globalmente, as vendas de cerveja cresceram 0,3% em volume e + 2,2% em valor em 2019, o que foi liderado por aumentos de cerveja não alcoólica (+ 15,2% em volume, em comparação a 2018).

 

Empresas como AB InBev, Molson Coors e Carlsberg já sofreram grandes quedas de receita graças a bloqueios globais, mas Meek disse que existem alguns motivos para estar otimista no futuro.

 

Se os fabricantes de cerveja focarem sua atenção na cerveja com baixo teor de ABV, eles poderão retornar ao crescimento mais rapidamente. Na semana passada, outro pesquisador de mercado informou que as vendas on-line e off-trade de cerveja com baixo teor alcoólico aumentaram 44% em comparação com o mesmo período do ano passado.

 

No total, espera-se que a cerveja atinja os volumes de 2019 até 2024, "se recuperando melhor do que vinhos e destilados", aposta Meek.