Na mão grande

Fotografia: Arquivo
Redação

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Paul Bonin, viticultor de 48 anos que faz vinhos na região do Jura, na França, teve 800 quilos de uvas roubadas durante a madrugada. O produtor, que havia colhido apenas 10 kg de uvas, levou um susto quando chegou às vinhas em em Gevingey, com a intenção de iniciar a colheita do restante dos uvas. Nas videiras, nenhuma fruta. E pelo chão, cachos de uvas caídos no chão, cuidadosamente cortados com uma tesoura de poda. Isto significa mais um ano sem rendimentos”, afirmou. “Só fiz 200 litros de sumo. É um golpe na cabeça”, disse Bonin a um jornal local.

 

O revés do produtor não é inédito na região. No ano passado, Catherine Hannoun, da adega Domaine de la Loue, em Port-Lesney, reportou o sumiço de 2,5 mil quilos de uva. Laura Bourdy, do Domaine Bourdy em Arlay, também teve problemas em 2023 com roubos em sua propriedade. 

 

A polícia francesa desconfia de uma quadrilha organizada e experiente atuando na região. Mas mesmo depois de um ano, sequer parece perto de encontrar os culpados pelos crimes. 

 

O presidente da Câmara de Gevingey, Louis Cauzo, reagiu indignado ao roubo na vinha de Bonin, que tem cerca de 0,85ha. “Estou furioso. É um jovem viticultor que se instalou há pouco tempo e que investiu muito. Foi a sua primeira vindima. E este ano é ainda mais dramático, porque não há uvas”, afirmou a uma emissora da região.

 

O ano já tinha sido um desafio para os viticultores da região, com fortes chuvas, granizo e míldio a devastarem as vinhas de todo o Jura. Historicamente, a produção média da região é de 80 000 hectolitros por ano, mas prevê-se que desça para cerca de 35 000 hectolitros este ano, com os especialistas a culparem a crise climática.

 

A polícia reforça a vigilância durante a vindima no Jura e noutras regiões vinícolas, uma vez que os ladrões visam não só as uvas, mas também as máquinas agrícolas. No entanto, não conseguiram impedir o último roubo.

 

Bonin poderá, no futuro, colocar micro-batedores GPS nos cachos de uvas, numa tentativa de apanhar os ladrões. “Descobri uma empresa que fornece micro-batedores GPS do tamanho de confetes”, disse Bonin. Se os colocarmos em alguns cachos da parcela, podemos seguir o movimento das uvas e ver quem as recebeu. A pressão precisa de mudar de lado”, afirmou.