Dias melhores virão

Fotografia: Divulgação
Juan Saavedra

Juan Saavedra

Foi um baque. Assim como em boa parte da economia, a Chandon, líder em espumantes premium no Brasil, também sofreu o impacto inicial da pandemia. Mas depois da fase da ressaca, apareceram as primeiras borbulhas de alívio.

 

“Os meses de abril e maio foram muito duros", admite o enólogo-chefe, Philippe Mével. "Então, veio a boa surpresa: o consumo de casa", completa o francês em entrevista à GULA, em evento no restaurante Parigi, em São Paulo, onde apresentou o primeiro lote da Chandon Excellence Magnum.

 

Previsto inicialmente para março, a chegada do cuvée ao mercado vinha sendo adiada. Não é um erro afirmar que o lançamento tem o simbolismo de uma nova etapa mais promissora. A fase é de otimismo – ainda que moderado. "Os níveis de venda em outubro estão equivalentes ao do ano anterior", festeja o porta-voz da marca.

 

Nesse processo de retomada, Chandon valeu-se primeiramente da procura nos e-commerces de supermercados e em outros pontos de venda. Em agosto, a empresa deu um passo a mais, anunciando a presença no aplicativo Ifood para consumidores em São Paulo. "As pessoas redescobriram o consumo em casa: juntar os amigos mais íntimos em casa e reforçar os laços da família", destaca o enólogo da empresa – parte do grupo Louis Vuitton Moët Hennessy, maior conglomerado de produtos de luxo do mundo.

 

Depois de um longo período de lockdown em alguns dos mais tradicionais pontos de consumo, parte dos restaurantes, bares e hotéis ensaia uma certa recuperação. O movimento, claro, é visto com bons olhos. "As pessoas podem sair e se arejar, com algumas restrições, mas dentro de boas condições sanitárias, que dão segurança a elas a possibilidade de se juntar e voltar a confraternizar", avalia Mével.

 

O grande ponto de interrogação está no final do ano. "Temos muita participação em grandes réveillons. Temos a notícia que alguns vão acontecer”, diz Mével. Tudo depende, claro, dos níveis de contaminação no País. Uma indesejável piora poderia motivar novas restrições. Outro reforço pode vir, involuntariamente, da chegada da segunda onda na Europa e Estados Unidos. Tudo leva a crer que, sem a opção de viajar em segurança, o público-alvo da marca deve passar a virada no Brasil. Para aproveitar essa e outras oportunidades, a Chandon pretende investir cada vez mais em ações de marketing que estimulem as celebrações – individuais, com a família ou os amigos.

 

Mais além das datas festivas, a ideia é impulsionar uma tendência comportamental desses tempos de confinamento: a autopremiação. "É uma marca que é referência no mercado de luxo. Se a pessoa tem o poder aquisitivo e está nesse espírito de pensar 'olha, agora, vou me dar o meu momento, vou me dar uma satisfação, vou me premiar, vou me dar um prazer.... Isso fecha muito bem com a nossa marca”, conclui Mével.

 

A Chandon Excellence Magnum chega ao mercado com o preço sugerido de R$ 500.