A ruína de Sherry-Lehmann

Fotografia: reprodução da internet
Redação

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A loja de vinhos Sherry-Lehmann era um símbolo de Manhattan. Localizada a apenas duas quadras do Central Park, a loja era um templo dos consumidores de grandes vinhos de Nova Iorque. E “era" porque desde o dia 9 de março, a casa, com 89 anos de existência, foi lacrada por um fiscal do departamento de controle de bebidas alcoólicas do estado de Nova Iorque, por falta de renovação da licença para vendas de bebidas alcoólicas.

A licença em si não seria um grande problema. Ao custo de US$ 4.098, válida por três anos, a licença levou a cabo uma situação que havia sido exposta alguns meses atrás, de dificuldades financeiras da empresa, com falta de pagamentos e comissões aos funcionários (reportado pela Wine Spectator), pedidos de consumidores que a empresa não honrou, além de taxas e impostos não pagos.

Conforme relato da Fazenda Estadual de Nova Iorque, no final de fevereiro, a dívida total de taxas e impostos estava em torno de US$ 2,7 milhões, número que já havia chegado à US$ 3,2 milhões. Nesse caso, os sócios da Sherry-Lehmann são pessoalmente solidários com as dívidas da empresa.  

A Sherry-Lehmann se tornou uma referência em vinhos franceses em Nova Iorque, com grande destaque em Bordeaux, Borgonha e Champagne. A loja ofertava os vinhos de Bordeaux “em primeur” desde a safra 1959 (tradicional campanha de venda futura dos vinhos de Bordeaux), mas também tinha posição destacada na campanha de Beaujolais Nouveau, além de significativa presença no seu catálogo de Supertoscanos, Rhône, Espanha, Califórnia e qualquer outra região que se consolidasse com grandes e premiados vinhos. 

A loja online da Sherry-Lehmann segue em funcionamento e, como curiosidade, o vinho mais caro disponível é uma garrafa double-magnum (3 litros) do Château Mouton-Rothschild 1975 ao preço de US$ 100 mil. A garrafa está assinada por Andy Warhol, artista que ilustrou o rótulo naquele ano.