Botecando em casa

Fotografia: Divulgação
Miguel Icassatti

Miguel Icassatti

No cardápio de um boteco – ou botequim, a depender do local em que se esteja botecando – cabe de tudo: um salgado, um petisco molhadinho pra chuchar o pão, um caldo, um prato. É por essas e por outras que ele é a mais democrática instituição gastronômica brasileira. Espalhados pelo país, temos botecos que foram abertos décadas atrás e que sairão vivos do atual momento, graças à dedicação de barmen, cozinheiras e garçons. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para ficarmos apenas nas três maiores capitais do Sudeste, temos botecos capazes de satisfazer o mais raiz dos botequeiros. São endereços clássicos como os paulistanos Veloso e Academia da Gula, o carioca Adônis e o belorizontino Patorrôco.

 

Inaugurado em 2005, o Veloso já nasceu um clássico. Dono do salão, o sorridente maître Will Lima não vacila na hora de indicar a receita que é o carro-chefe da casa: a famosa coxinha. E olhe que o bolinho de carne e a feijoada não fazem feio, não.

 

Também localizado na Vila Mariana, bairro na Zona Sul da capital paulista, o bar Academia da Gula têm a frente a portuguesa Rosa Brito. Pratos feitos com bacalhau, a exemplo das punhetas (em que o pescado é desfiado e servido cru, temperado com azeite, cebola e azeitona) e do impecável bolinho, atraem há duas décadas clientes bons de garfo, como a cantora Fafá de Belém, fã do arroz de bacalhau à malandrinho.

 

O jovem-veterano Patorrôco, por sua vez, é um patrimônio do bairro do Prado, na região central de Belo Horizonte. Foi aberto em 2004 pelo cozinheiro Marcos Matta Machado, o Patorrôco, criador do maravilhoso sheik de minas, uma espécie de chancliche preparada com queijo-de-minas temperado e  acompanhado de lagarto em conserva agridoce mais pão sírio.

 

Revitalizado após uma importante reforma, o Velho Adônis, em Benfica, Zona Norte do Rio é um templo sagrado da gastronomia carioca. Os pratos de bacalhau têm fama mundial e reza a lenda que nem em Portugal se come igual. Mas um dos carros-fortes da casa, é o Polvo com Bacon, adorado por onze entre dez autoridades em bares e botecos do Rio de Janeiro.

 

Com toda pandemia, isolamento e quarentena, muito botequeiro ficou impedido de botecar. Afinal, aglomerar é um dos verbos mais conjugados de um bom botequim. Para amenizar o sofrimento, a chef Rapha Nezinho, do carioquíssimo Na Real – Gastronomia Brasileira decidiu levar ao menos a comida de boteco para a casa dos botequeiros isolados. O resultado: sucesso absoluto e pedidos que precisam ser feitos com até três dias de antecedência. Para a Gula, ela ensina como fazer em casa o indispensável Bolovinho, clássico da baixa gastronomia carioca.

 

Quer aprender a trazer um pouco de botequim para sua vida? Gula ensina:

 

Arroz de bacalhau e tomates à malandrinho, da Academia da Gula, São Paulo - SP

Bolovinho, do Na Real – Gastronomia Brasileira, Rio de Janeiro - RJ

Coxinha, do Veloso, São Paulo - SP

Polvo com Bacon, do Adonis, Rio de Janeiro – RJ

Sheik de Minas, do Patorrôco, Belo Horizonte - MG