À chaque fromage, son couteau...

Fotografia: reprodução da internet
Helena Lacerda

Helena Lacerda

Uma das minhas diversões preferidas é visitar ‘brocantes’ em vilarejos franceses. Numa dessas visitas pela Normandia encontrei um estojo com facas para queijo. Achei lindo. Não resisti e lá vim eu toda prosa com meu estojinho na mão sem conhecer direito a utilidade de cada uma.

Fui pesquisar e acabei sabendo: cada queijo tem direito a uma faquinha própria. Queijo de massa dura ou massa mole não podem compartir a mesma faca. Em cada tábua de queijo devemos ter ao menos três tipos de facas, sem falar de outros apetrechos igualmente úteis e refinados.

1. Faca curva, em forma de amêndoa, ‘l’économe’, com dois dentinhos na ponta serve para cortar um queijo duro e depois espetar o pedacinho cortado. Também conhecida como ‘ciselet’. Ideal para os queijos extravelhos, tipo Sbrinz, comté envelhecido, parmesão e o beaufort. Não é prático?

2. Uma faca com furinhos, ideal para queijo de massa mole e amanteigada, um tanto ‘coulante’, tipo cammembert, brie, pérail etc. Os furos desiguais da faca impedem que a massa amanteigada do queijo fique agarrada nela. Chique, né?

3. Há ainda outros utensílios especiais para serem usados ao servir os queijos. Numa boa queijaria podemos encontrar a lira, ‘fio cortante’, que permite cortar com elegância os queijos azuis, tais como roquefort, fourme d’Ambert ou de Montbrison. Serve também para cortar foie gras.

4. O tête-de-moine suíço com forma cilíndrica se transforma em ‘flores’ graciosas e leves graças a um cortador com um molinete no centro, o ‘girolle’. Recém chegados aos supermercardos brasileiros! Ao se girar o molinete, saem as lindas florezinhas! Além de enfeitar as tábuas de queijos, são deliciosas e servem para decorar saladas!

5. Por fim, há queijos que são servidos com colheres, tão fluida e amanteigada é a sua massa! Mergulhar uma colher no coração de um vacherin Mont d’Or ou de um queijo da Serra é uma experiência gastronômica inesquecível!