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Fotografia: Divulgação
José Raimundo Padilha

José Raimundo Padilha

A despeito do nosso complexo de vira-latas, temos muito a nos orgulhar da produção nacional de cerveja. Além de sermos o terceiro maior mercado produtor e consumidor do planeta (só perdemos para China e Estados Unidos), o Brasil está na vanguarda em vários aspectos do mercado cervejeiro. Sustentabilidade é um deles. Não nos damos conta, mas o envase de cerveja em latas no país superou o de garrafas ainda na década de 1980, por exemplo. E a taxa de reciclagem do alumínio aqui chegou ao recorde histórico de 100% em 2022, com uma lata descartada levando em média 60 dias para voltar reciclada para a prateleira do supermercado.

 

Querendo contribuir para este cenário, a cervejaria Masterpiece, localizada na Região Oceânica de Niterói, foi toda planejada para diminuir o impacto ambiental. A começar pelo projeto arquitetônico, que permite conforto térmico ao ambiente da fábrica sem necessidade de equipamentos, utiliza água de captação da chuva para processos de limpeza e optou por janelões de vidro que melhoram a iluminação interna, diminuindo o consumo da rede elétrica. Para atender toda a demanda da fábrica e do bar, 84 painéis solares foram posicionados no topo do prédio, totalizando 30 mil watts de potência instalada. Na fabricação da cerveja não há emissão de CO², utilizando apenas energia gerada pelos painéis. Os resíduos químicos são neutralizados em câmara própria antes de serem devolvidos à rede de esgoto, sem agressão ao meio ambiente.

 

Indo mais a fundo nessa opção pela sustentabilidade, a Masterpiece só envasa em latas, sem utilizar vidro ou pet, o que além de preservar melhor o sabor e a qualidade da cerveja, ainda gera melhor aproveitamento do espaço de armazenamento. E gela mais rápido. E não para por aí. Os bagaços de malte que sobram da produção das cervejas são utilizados na confecção de barras de cereais, cookies, brownies e biscoitos vendidos no Bar da Fábrica. 

 

Para atender ao Triple Bottom Line, o famoso “Tripé da Sustentabilidade”, que busca o equilíbrio entre questões ambientais, sociais e econômicas, fatores como inclusão, diversidade, boas condições de trabalho e equidade entre os gêneros são priorizados. Neste sentido, a Masterpiece abriu sociedade para alguns colaboradores e tem metade da equipe de mulheres, incluindo a própria mestre-cervejeira, a premiadíssima Ingrid Matos.

 

Por tudo isso, em 2021, a cervejaria também recebeu a certificação de Empresa B, que reconhece boas práticas e políticas, desempenho social e ambiental, transparência e responsabilidade. E recentemente, em parceria com a Ball Corporation, líder global em embalagens de alumínio, lançou a primeira lata de cerveja do mundo com o selo da Certificação ASI (Aluminium Stewardship Initiative), que garante a rastreabilidade do alumínio em toda a cadeia. Uma cerveja do estilo Barleywine, com 10% de álcool.

 

E o que toda essa preocupação com sustentabilidade impacta na qualidade do que se bebe? Este ano, a Masterpiece tornou-se a cervejaria mais premiada do Estado do Rio de Janeiro, com suas cervejas contabilizando 97 prêmios nacionais e internacionais, e a Ingrid Matos foi eleita Melhor Cervejeira do Brasil pela Brasil Beer Cup 2023. Isso prova que ser um consumidor consciente e apostar em decisões de compra de produtos de marcas e empresas que buscam praticar uma economia circular, que leve a um desenvolvimento sustentável, não compromete em nada a excelência do produto que estamos adquirindo. Muito pelo contrário.