Talvez a mais clássica entre as grandes marcas do mundo do vinho, Krug é ponto pacífico entre em discussões entre bordaleses e bourguignons, e até mesmo entre colegas locais, sejam outras casas de champagne ou mesmo aquele pequeno vigneron, a admiração pelo estilo Krug é onipresente.
A combinação entre opulência, firmeza e, sobretudo, consistência, a colocam entre as maiores referências do mundo (e não apenas de Champagne), mesmo nesta cuvée de “entrada". Nesta 172ème edição Krug Grand Cuvée utiliza 146 diferentes lotes de vinhos; de 11 safras. A base é a safra 2016 (58% do volume), sendo este o vinho mais jovem e o lote mais antigo da safra 1998. No balanço final, a mescla é de 44% Pinot Noir, 36% Chardonnay e 20% Pinot Meunier, que repousou com as leveduras cerca de sete anos.
Na taça se mostra jovem e firme, onde no nariz brilham os cítricos, flores brancas e a maçã verde, com suspiro, amêndoa e massa amanteigada. Na boca o frescor salivante e austero faz parecer que tem estrutura mais leve que o habitual, mas há cremosidade, borbulhas finas e impecáveis e o longo final indica que apenas pede um pouco de paciência para aflorar a conhecida opulência, com suas notas de evolução (mel, frutos secos e panificação). No longo final percebe-se toques de especiarias (pimenta branca e gengibre em pó) e mais amêndoas.
Seja ou não por coincidência, o estilo mais jovem e floral desta edição combina com o ingrediente do ano de Krug, as flores. Anualmente Krug elege um ingrediente e convida sua comunidade de 137 chefs embaixadores pelo mundo a desenvolver uma receita a ser incorporada sazonalmente em seus respectivos restaurantes. O representante brasileiro é o restaurante Kinoshita (SP), de Marcelo Fernandes, que neste mês apresenta com exclusividade a "Alcachofra ao pesto de flores e tempurá de flor de abobrinha”. A receita do prato também está ilustrada no livro que apresenta a ingrediente do ano e as 137 receitas dos chefs-embaixadores Krug.